259

A fim de que uma alma se deixe conduzir por este espírito de Maria é preciso:
1º. Renunciar ao seu próprio espírito, às suas próprias luzes e vontades antes de fazer qualquer coisa, por exemplo, antes de fazer oração, de celebrar ou assistir à Santa Missa, antes de comungar etc. Porque as trevas do nosso espírito próprio e a malícia da nossa vontade e obras poriam obstáculo ao santo espírito de Maria, se as seguíssemos, embora nos parecessem boas.
2º. Entregar-se ao espírito de Maria para ser movida e conduzida do modo que Ela quiser. Temos de nos pôr e nos abandonar nas suas mãos virginais, como um instrumento nas mãos do artífice, como uma cítara nas mãos dum bom músico. É preciso perder-se e entregar-se a Ela, como uma pedra que se atira ao mar, o que se faz tão simplesmente, num instante, por um olhar do espírito, um pequeno movimento da
vontade, ou verbalmente, dizendo por exemplo: “Renuncio a mim mesmo e dou-me a Vós, ó minha querida mãe!” E ainda que não se experimente qualquer doçura sensível neste ato de união, ele não deixa de ser verdadeiro, assim como se alguém dissesse, o que Deus não permita: “Dou-me ao demônio”; se o dissesse com sinceridade, embora sem qualquer mudança sensível, não seria menos realmente do demônio.
3º. Renovar este mesmo ato de oferecimento e de união, de tempos a tempos, durante a ação ou depois dela. Quanto mais o repetir tanto mais depressa a alma se santificará e mais depressa chegará à união com Jesus Cristo, pois esta segue-se sempre à união com Maria, visto o espírito de Maria ser o de Jesus.