Segunda Verdade. Devemos concluir do que Jesus Cristo é para nós, que - como diz São Paulo - não somos nossos, mas inteiramente d'Ele, como Seus membros e escravos, comprados pelo preço infinitamente caro de todo o seu sangue (1 Cor 6, 19-20). Antes do Batismo pertencíamos ao diabo como seus escravos.
Ao receber este sacramento, tornamo-nos verdadeiros escravos de Jesus Cristo. Doravante já não devemos viver, trabalhar e morrer senão para este Homem-Deus (Rm 7, 4), glorificando-o em nosso corpo (Rm 12,1) e fazendo-o reinar em nossa alma. Somos, pois sua conquista, seu povo de aquisição e sua herança. É pela mesma razão que o Espírito Santo nos compara:
- Às árvores plantadas ao longo das águas da graça, no campo da Igreja, e que devem dar frutos a seu tempo (Sl 1, 3).
- Aos ramos duma vinha de que Jesus é a cepa, e que devem dar boas uvas (Jo 15, 5).
- A um rebanho de que Jesus Cristo é o pastor, e que se deve multiplicar e dar leite (Jo 10, 1).
- A uma boa terra de que Deus é o agricultor, e na qual a semente se multiplica, produzindo trinta, sessenta ou cem por um (Mt 13, 3-8).
Jesus Cristo amaldiçoou a figueira estéril e condenou o servo inútil, que não tinha feito render o seu talento (Mt 21,19; Mt 25, 24-30). Tudo isto prova que Jesus Cristo quer receber algum fruto das nossas pobres pessoas, a saber: as nossas obras, porque estas só a Ele pertencem: “Criados para as boas obras em Cristo Jesus” (Ef 2, 10).
Mostram estas palavras do Espírito Santo que Jesus Cristo é o único princípio e deve ser o fim último de todas as nossas boas obras. Mostram ainda que o devemos servir, não somente como servos assalariados, mas como escravos de amor. Explico-me.