Nada há, entre os homens, que mais nos faça pertencer a outrem do que a escravidão. Do mesmo modo nada há entre os cristãos que nos faça pertencer mais absolutamente a Jesus Cristo e à sua Santa Mãe do que a escravidão voluntária. Isto é conforme o exemplo do próprio Jesus, que tomou a forma de escravo por nosso amor (Fl 2, 7), e da Santíssima Virgem que se disse serva e escrava do senhor (Lc 1, 38). O Apóstolo chama-se, com certa ufania, “servo de Cristo” (Rm 1, 1; Gl 1,10; (Fl 1,1; Tt 1,1). Por várias vezes os cristãos são chamados, na Sagrada Escritura, de “servos de Cristo”. Segundo a justa observação de um grande homem, a palavra servo significava outrora apenas escravo porque ainda não havia servos como os de hoje. Os senhores só eram servidos por escravos ou libertos. O Catecismo do Concílio de Trento, para que não reste dúvida alguma sobre a nossa condição de escravos de Jesus Cristo, exprime-se por um termo que não se presta a equívocos, chamando-nos “escravos de Cristo”.