Além disso, se, como já disse, a Santíssima Virgem é a rainha e soberana do Céu e da Terra, não tem Ela tantos súditos e escravos quantas são as criaturas? Dizem-no Santo Anselmo, São Bernardino e São Boaventura: “Ao poder de Deus tudo está submisso, mesmo a Virgem, e eis que ao poder da Virgem está tudo submisso, até o próprio Deus”. Não será razoável que entre tantos escravos por força os haja também por amor, que de boa vontade e na qualidade de escravos escolham Maria por sua soberana? O quê?! Os homens e os demônios têm seus escravos voluntários e Maria não os há de ter? Um rei terá a peito que a rainha, sua companheira, possua escravos, com direito de vida e de morte sobre eles, porque a honra e o poder do rei são a honra e o poder da rainha. Pode-se então acreditar que Nosso Senhor, que partilhou, como o melhor dos filhos, todo o poder com sua Santa Mãe, ache mal que Ela tenha escravos? Terá Ele menos respeito e amor à sua Mãe do que teve Assuero a Ester e Salomão a Betsabé? Quem ousaria dizê-lo ou pensá-lo sequer?