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4) Os eleitos têm uma grande confiança na bondade e no poder da Virgem Santíssima, sua boa Mãe. Reclamam sem cessar o seu socorro; consideram-na como a sua estrela polar, que os levará a bom porto; descobrem-lhe as suas penas e necessidades, com muita abertura de coração; confiam nas suas entranhas de misericórdia e doçura para, por sua intercessão, alcançar o perdão de seus pecados, ou para saborear as suas doçuras maternais em meio às penas e sofrimentos; lançam-se mesmo, escondem-se e perdem-se duma forma admirável no seu seio amoroso e virginal, para serem abrasados do Puro Amor, para aí serem purificados das menores manchas, e para encontrarem Jesus, que aí reside como em seu mais glorioso trono. Oh! Que ventura! “Não julgueis que haja maior felicidade em habitar no seio de Abraão que no seio de Maria, pois o Senhor aí colocou o seu Trono”, diz o abade Guerric. 
Os réprobos, ao contrário, põem toda a sua confiança em si mesmos. Não comem senão o alimento dos porcos como o filho pródigo; não se alimentam senão de Terra como os sapos, e só amam as coisas visíveis e exteriores como os mundanos. Não apreciam as doçuras do seio e das entranhas de Maria. Não sentem um certo apoio e uma certa confiança que os predestinados sentem para com a Santíssima Virgem, sua boa Mãe. Amam miseravelmente a sua fome das coisas exteriores - como diz São Gregório -, porque não querem provar a doçura que lhes está preparada dentro de si mesmos e dentro de Jesus e de Maria.